Carcará
Carcará
O carcará, caracará ou carancho (nome científico: Caracara plancus)[1] é uma espécie de ave de rapina da família dos falconídeos. Mede até 60 cm de altura e sua envergadura chega a 123 cm. Habita o centro e o sul de toda a América do Sul.
Etimologia]
"Carancho" vem do tupi ka'rãi, "arranhar, rasgar com as unhas".[2] "Caracará" e "carcará" vêm do tupi karaka'rá.[3]
Descrição[editar | editar código-fonte]
O carcará é facilmente reconhecível, quando pousado, pelo fato de ter uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, assim como um bico adunco e alto, que se assemelha à lâmina de um cutelo; a face é vermelha. É recoberto de preto na parte superior e tem no peito de uma combinação de marrom claro com riscas pretas, de tipo carijó/pedrês; patas compridas e de cor amarela; em voo, assemelha-se a um urubu, mas é reconhecível por duas manchas de cor clara na extremidade das asas.[carece de fontes]
Carcará
O carcará não é, taxonomicamente, uma águia e sim um parente distante dos falcões. Diferentemente destes, no entanto, não é um predador especializado e sim um generalista e oportunista (assim como os seus parentes próximos, o chimango e o gavião-carrapateiro), alimentando-se de insetos, anfíbios, roedores e quaisquer outras presas fáceis; ataca crias de mamíferos (como filhotes recém-nascidos de ovelhas), acompanha urubus em busca de carniça, são aves necrofagas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador.[carece de fontes]
Um casal de carcarás pode ser visto próximo dos humanos, por exemplo, numa área de atividade agrícola, mais especificamente, chegando a alguns metros distante de um trator que esteja arando terra, à espera de uma oportunidade de encontrar insetos e outros eventuais animais que inevitavelmente se tornam visíveis a essas aves predadoras.[carece de fontes]
Mede cerca de 97 centímetros (cabeça a cauda) e 124 centímetros de envergadura (de uma asa a outra), o carcará pode ser facilmente reconhecido quando pousado, por possuir uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, é um bico adunco e alto, parecido com uma lâmina de cutelo; possui face avermelhada. É recoberto de preto na parte superior com o peito de uma combinação de marrom com riscas pretas, de tipo "carijó", patas compridas e amarelas; quando está em voo se assemelha a um urubu.
Indivíduo com plumagem flavística, ou seja, apresenta coloração diluída, devido a perda de melanina, tanto da eumelanina(pigmento negro) quanto da feomelanina( pigmento castanho)
Espécies do gênero Caracara]
Na atualidade, se reconhecem as seguintes espécies:[carece de fontes]
- Caracara plancus - carcará
- Caracara cheriway - carcará-do-norte
- †Caracara lutosa - carcará-de-guadalupe (extinto)
Alimentação
Não é um predador especializado, e sim um generalista e oportunista assim como o seu parente próximo, o carrapateiro (Milvago chimachima). Onívoro, alimenta-se de quase tudo o que acha, de animais vivos ou mortos até o lixo produzido pelos humanos, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Adaptou-se à presença humana, comendo restos de comida no lixo das casas ou as vísceras de peixe nos acampamentos de pescadores.
Suas estratégias para obtenção de alimento são variadas: caça lagartos, cobras, sapinhos e caramujos; rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes como garças, colhereiros e tuiuiú (Jabiru mycteria); arranha o solo com os pés em busca de amendoim e feijão; apanha frutos de dendê; ataca filhotes recém-nascidos de cordeiros e outros animais. Também segue tratores que estão arando os campos, em busca de minhocas e larvas.
É muito comum ser avistado ao longo das rodovias para alimentar-se dos animais atropelados. Fica nas proximidades dos ninhais para comer restos de comida caídos no chão, ovos ou filhotes deixados sem a presença dos pais. Chega a reunir-se a outros carcarás para matar uma presa maior.
É também uma ave comedora de carniça e é comumente visto voando ou pousado junto a urubus pacificamente, principalmente ao longo de rodovias ou nas proximidades de aterros sanitários e locais de depósito de lixo.
Dois hábitos pouco conhecidos são a caça de crustáceos nos manguezais (seja entrando na água para abocanhar os que estão perto, ou percorrendo o mangue a pé, na maré baixa) e a pirataria (o fato de perseguir gaivotas e águias-pescadoras (Pandion haliaetus), forçando-as a deixar a presa cair, que apanha em voo).
Hábitos e reprodução
Vive solitário, aos pares ou em grupos, beneficiando-se da conversão da floresta em áreas de pastagem, como aconteceu no leste do Pará. Pousa em árvores ou cercas, sendo frequentemente observado no chão, junto à queimadas e ao longo de estradas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador, costuma acompanhar as correntes de ar ascendentes. Durante a noite ou nas horas mais quentes do dia, costuma ficar pousado nos galhos mais altos, sob a copa de árvores isoladas ou nas matas ribeirinhas.
Para avisar os outros carcarás de seu território ou comunicação entre o casal, possui um chamado que origina o seu nome comum, “carcará”. Nesse chamado, dobra o pescoço e mantém a cabeça sobre as costas, enquanto emite o som (algumas espécies de aves de rapina tem o mesmo habito de dobrar o pescoço para trás quando emitem som). É visto com frequência em áreas urbanas.
Para se reproduzir, constrói um ninho com galhos em bainhas de folhas de palmeiras ou em outras árvore.Usa o ninho de outras aves também. A postura do carcará é composta de dois ou três ovos, sendo raro encontrar um quarto ovo. A coloração dos ovos é entre branco e castanho avermelhado, podendo variar nas tonalidades existentes entre estas cores. Os ovos possuem manchas castanhas ou vermelhas e medem cerca de 56 a 61 mm de comprimento por 44 a 47 mm de largura. A incubação dura em média 28 dias e é feita por ambos os pais. Os filhotes saem do ninho por volta do terceiro mês de vida, mas continua sendo cuidado pelos pais.
Carcará |
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Caracara plancus |
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Distribuição geográfica |
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Área de ocorrência do carcará. |
Referências culturais]
A espécie ficou conhecida no Brasil em 1965 em razão da música "Carcará", de João do Vale, que era interpretada por Maria Bethânia.[carece de fontes]
A espécie também foi citada na telenovela da Rede Globo Roque Santeiro, de 1985. Na novela, "carcará" era o apelido de Roque Santeiro dado por Sinhozinho Malta, talvez por ambos serem supostamente oportunistas.[carece de fontes]
Tal espécie foi adotada no ano de 2005 para representar a Agência Brasileira de Inteligência no lugar do seu símbolo anterior, a araponga.[4]
A ave é o mascote do Núcleo de Operações Aéreas da Polícia Civil de Minas Gerais - NOA, que batizou suas aeronaves como Carcará 01 e Carcará 02, helicópteros modelo esquilo e Carcará 03 um avião Embraer Sertanejo.[carece de fontes]
Há menções à ave na música "Caça e Caçador", da banda Angra.[carece de fontes]
Ultimamente a equipe de basquete do Basquete Cearense, participante do NBB (Novo Basquete Brasil) liga de basquetebol Brasileira, adotou o Carcará como seu mascote e o mesmo anima a torcida em seus jogos realizados em Fortaleza, Ceará.[carece de fontes]
A equipe de futebol da cidade de Salgueiro, no sertão de Pernambuco, o Salgueiro Atlético Clube, e o Mossoró Esporte Clube, da cidade de Mossoró, na região oeste do Rio Grande do Norte, têm como mascote o carcará, e seu escudo usa a imagem da ave.
Existe um time de Futebol Americano em Minas Gerais chamado Ouro Preto Carcarás, um projeto de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto. O nome se deu em homenagem a um casal de Carcarás que habitam o campus da universidade que muitas vezes visitam os treinos no campo.
O Carcará é o mascote também do time de futebol Alagoinhas Atlético Clube, na Bahia.
Além disso, foi dado o nome de Carcará ao personagem líder do bando de cangaceiros no filme (transformado em minissérie) Entre Irmãs, que, como o próprio diz, ficou conhecido assim por ter "arrancado os olhos" de um de seus inimigos, em uma vingança.
Referências
- ↑ Avibase. The world bird database. «Caracara Carancho Caracara [plancus or cheriway] (= Caracara plancus) (Miller, JF, 1777)». Consultado em 15 jun. 2017
- ↑ FERREIRA, A. B. H. 1986. p.348.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.346
- ↑ Abin: protocolo e cerimonial. Disponível em http://www.abin.gov.br/modules/mastop_publish/print.php?tac=Protocolo_e_Cerimonial. Acesso em 9 de janeiro de 2014.
- (em inglês) BirdLife International (2004). Caracara plancus. 2006 IUCN Red List of Threatened Species. IUCN 2006. Acesso a 28.10.2007.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carcar%C3%A1